segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Ártico e Antártica

Antártica

A Antártica (só no Brasil)[nota 1] ou Antártida[nota 2], do grego ανταρκτικως, antarktikos, "oposto a ártico", é o mais meridional dos continentes e um dos menores, com uma superfície de catorze milhões de quilômetros quadrados. Rodeia o Polo Sul, e por esse motivo está quase completamente coberta por enormes geleiras (glaciares), exceção feita a algumas zonas de elevado aclive nas cadeias montanhosas e à extremidade norte da Península Antártica. Sua formação se deu pela separação do antigo supercontinente Gondwana há aproximadamente 100 milhões de anos e seu resfriamento aconteceu nos últimos 35 milhões de anos.[8]
É o continente mais frio, mais seco, com a maior média de altitude e de maior indíce de ventos fortes do planeta.[1] A temperatura mais baixa da Terra (-89,2 °C) foi registrada na Antártica, sendo a temperatura média na costa, durante o verão, de apenas -10 °C; no interior do continente, é de -40 °C.[9] Muitos autores o consideram um grande deserto polar, pela baixa taxa de precipitação no interior do continente.[10][11][12] A altitude média da Antártica é de aproximadamente 2.000 metros.[13] Ventanias com velocidades de aproximadamente 100 km/h são comuns e podem durar vários dias.[9] Ventos de até 320 km/h já foram registrados na área costeira.[12]
Juridicamente, a Antártica está sujeita ao Tratado da Antártida, pelo qual as várias nações que reivindicavam territórios no continente (Argentina, Austrália, Chile, França, Noruega, Nova Zelândia e Reino Unido) concordam em suspender as suas reivindicações, abrindo o continente à exploração científica.[14]
Por esse motivo, e pela dureza das condições climáticas, não tem população permanente, embora tenha uma população provisória de cientistas e pessoal de apoio nas bases polares, que oscila entre mil (no inverno) e quatro mil pessoas (no verão).

Geografia

Imagem de satélite da Antártica.
Imagem colorida da elevação e do relevo do continente.
A Europa inscrita na Antártica (por comparação).
A maior parte do continente austral está localizada ao sul do Círculo Polar Antártico e circundada pelo Oceano Antártico. É a massa de terra mais meridional e compreende mais de 14 milhões de quilômetros quadrados, tornando-se o quinto maior continente. Sua costa mede 17 968 quilômetros e é caracterizada por formações de gelo,[1] como mostra a tabela:
Tipos de costa ao longo da Antártica (Drewry, 1983)
Tipo Ocorrência
Plataforma de gelo (gelo flutuante) 44%
Paredes de gelo (sobre o solo) 38%
Correntes de gelo (limite do gelo ou parede de gelo) 13%
Rocha 5%
Total 100%
Fisicamente, ela é dividida em duas partes pelos Montes Transantárticos perto do estreitamento entre o Mar de Ross e o Mar de Weddell: a Antártica Oriental, ou Maior, e a Antártica Ocidental, ou Menor, porque correspondem aproximadamente aos hemisférios ocidental e oriental em relação ao meridiano de Greenwich.

Relevo

Imagem de satélite do Maciço Vinson, o ponto mais alto da Antártica com 4.892 metros de altura.
Na Antártica Oriental encontram-se os Montes Transantárticos (ou Cadeia Transantártica) que se estende por 4.800 quilômetros, desde a Terra de Vitória à Terra de Coats. Na Ocidental está a Península Antártica, ao sul da qual se encontram os Montes Ellsworth e o Maciço Vinson, ponto mais elevado do continente com 5140 metros. Localizadas entre suas cordilheiras, há sete geleiras na Antártica, das quais a maior é a Geleira Byrd.
Montanhas na Antártica.
Embora seja lar de muitos vulcões, apenas uma cratera na Ilha Decepção e o Monte Erebus expelem lava atualmente, a primeira desde 1967. O Monte Erebus, de 4023 metros de altitude e localizado na Ilha de Ross, é o vulcão ativo mais meridional do mundo. Pequenas erupções são comuns e fluxos de lava foram observados em anos recentes.[20]

[editar] Clima

A Antártica é o continente mais frio e seco da Terra, um grande deserto. A precipitação média anual fica entre 30 e 70 mm.[15] Devido à influência das correntes marítimas, as zonas costeiras apresentam temperaturas mais amenas, com uma média anual de -10 °C (atingindo valores entre 10 °C no verão e -40 °C no inverno). Por outro lado, no interior do continente, a média anual é -30 °C, com temperaturas variando entre -30 °C no verão até abaixo de -80 °C no inverno. A menor temperatura do mundo, -89,2 °C, foi documentada na base russa de Vostok, a aproximadamente 3.400 metros de altitude no dia 21 de Julho de 1983.[9]
O gelo azul cobrindo o Lago Fryxell, nos Montes Transantárticos, origina-se do derretimento de geleiras.
Estima-se que apesar dos seis meses de escuridão do inverno, a incidência da energia solar no Pólo Sul seja semelhante à recebida anualmente no equador, mas 75% dessa energia é refletida pela superfície de gelo.[15]
A glaciação de uma montanha.
A Antártica Oriental é mais fria que a Ocidental por ser mais elevada. As massas de ar raramente penetram muito no continente, deixando seu interior frio e seco. O gelo no interior do continente dura muito tempo, apesar da falta de precipitação para renová-lo. A queda de neve não é rara no litoral, onde já se registrou a queda de 1,22 metro em 48 horas. Também é um continente com ventos fortes, registrando-se ventos com velocidades superiores a 200 km/h na região costeira, sendo a média nestes locais de 100 km/h.[9] No interior, entretanto, as velocidades são tipicamente moderadas.[27]
A Antártica é mais fria do que o Ártico por dois motivos: em primeiro lugar, grande parte do continente está a mais de três quilômetros acima do nível do mar. Em segundo lugar, a área do Pólo Norte é coberta pelo Oceano Ártico e o relativo calor do oceano é transferido através do gelo, impedindo que as temperaturas nas regiões árticas alcancem os extremos típicos da superfície da terra no sul.[28]
Alguns eventos climáticos são comuns na região. A aurora austral, conhecida como "luzes do sul", é um brilho observado durante a noite perto do Pólo Sul. Outro acontecimento é o pó de diamante, neblina composta de pequenos cristais de gelo. Forma-se geralmente sob céu limpo, por isso é referido como precipitação de céu limpo. Falsos sóis, brilhos formados pela reflexão da luz solar em cristais de gelo, conhecidos como parélio, são uma manifestação óptica atmosférica comum.[21]
Icebergs do tipo "Tabular".

[editar] Flora

As principais dificuldades para o crescimento dos vegetais na Antártica são os fortes ventos, a curta espessura do solo e a limitada quantidade de luz solar, durante o inverno.
Por isso, a variedade de espécies de plantas na superfície é limitada a plantas "inferiores", como musgos e hepáticas. Além disso há uma comunidade autotrófica, formada por protistas. A flora continental consiste em líquens, briófitas, algas e fungos. O crescimento e a reprodução ocorrem geralmente no verão.[29]
Há mais de 200 espécies de líquens e aproximadamente 50 espécies de briófitas, tais como musgos. No continente existem 700 espécies de algas, a maioria das quais forma o fitoplâncton.[29] Diatomáceas e algas da neve, algas microscópicas que crescem na neve e no gelo dando-lhes coloração, são abundantes nas regiões costeiras durante o verão.[30] Há ainda duas espécies de plantas que florescem e são encontradas na Península Antártica.[29]

 Fauna

O krill é muito importante para a maior parte das teias alimentares, servindo de alimento para lulas, baleias, focas, como a foca-leopardo, pinguins e outras aves.[31] As aves mais comuns são os pinguins, os albatrozes e os petréis. No entanto, somente 13 espécies fazem seus ninhos em terra firme, geralmente no litoral, e partem para regiões mais quentes no inverno. Enquanto todas as demais migram, duas espécies de pinguim permanecem e migram para o interior: o pinguim-imperador, a maior espécie, e o pinguim-de-adélia.[32] Por volta de abril, machos e fêmeas dos pinguins-imperador migram cem quilômetros para o sul, as fêmeas voltam para o litoral para se alimentar, só voltando em julho e os machos se agrupam para se aquecerem.[33]
Krill antártico (Euphausia superba), base de muitas teias alimentares.
A fauna dos mares em torno da Antártica é bastante rica. É composta por uma miríade de invertebrados como esponjas,[34] anêmonas, estrelas-do-mar e ouriços-do-mar,[35] anelídeos, crustáceos e moluscos e entre os mais abundantes estão o isópode Glyptonotus antarticus e o molusco Nacella concinna, comum nas zonas costeiras. As condições ambientais afetam o crescimento e a reprodução desses animais: eles se tornam maiores e crescem mais lentamente, se reproduzindo de forma mais lenta em comparação com seus congéneres de regiões quentes.[10]
Em regiões com profundidade de cerca de 200 metros abaixo da camada de gelo e em plena escuridão, acreditava-se que existiam apenas micróbios, mas, conforme anúncio feito pela NASA em 16 de março de 2010, também podem ser encontrados o crustáceo Lyssianasid amphipod e uma espécie de água-viva.[36]
A aprovação do Ato de Conservação da Antártica trouxe severas restrições ao continente. A introdução de plantas ou dos animais estrangeiros pode ser punida criminalmente, bem como a retirada de qualquer espécie nativa.[37] O excesso de pesca do krill, de grande importância para o ecossistema local, fez com que a pesca fosse regulamentada e controlada. A Convenção para Conservação dos Recursos Vivos Marinhos Antárticos (CCAMLR, em inglês), um tratado que entrou em vigor em 1980, requer que regulamentos sobre o Oceano Antártico levem em conta os potenciais efeitos sobre todo o ecossistema antártico. Apesar destes novos regulamentos, a pesca ilegal, particularmente da merluza-negra, continua sendo um sério problema. A pesca ilegal da merluza aumentou para cerca de trinta e duas mil toneladas em 2000.[38][39]


Aproximadamente 98% da Antártica está coberta por um manto de gelo,[1] que possui em média dois quilômetros de espessura, sendo 4.776 metros sua espessura máxima.[21] Essa cobertura de gelo tem um volume estimado em 25,4 milhões de quilômetros cúbicos,[13] contendo 70% de toda a água doce do planeta[15] sendo assim o continente de maior altitude média. O gelo advindo do manto forma barreiras que se estendem para além da costa, conhecidas como plataformas de gelo, a maior das quais é a de Ross (com 800 km de largura e estendendo-se por 1.000 km em direção ao pólo Sul).[10] Os icebergs são blocos de gelo flutuante formados pela neve, desprendidos das geleiras ou das plataformas de gelo.[22] Embora a maior parte da massa continental da Antártica se encontre acima do nível do mar, uma grande parte da pequena Antárctica Ocidental encontra-se abaixo do nível do mar.[10]
Em grande parte do interior do continente a precipitação média anual fica entre 30 e 70 mm;[15] em algumas áreas de "gelo azul" a precipitação é mais baixa do que a perda de massa pela sublimação e, assim, o balanço local é negativo. Nos vales secos o mesmo efeito ocorre sobre uma base de rochas, conduzindo a uma paisagem esturricada.[20]
A Antártica sem sua cobertura de gelo. (Esse mapa não considera que o nível do mar e do continente se elevariam pelo derretimento do gelo).
Abriga o pólo geográfico Sul do planeta, a 90º de latitude S, e o pólo magnético, cuja localização não é fixa. Apenas a península Antártida, com 1.000 km de extensão, não está sempre coberta por gelo. O relevo é marcado pelos Montes Transantárticos, prolongamento geológico dos Andes. Ela divide o continente em Antártida Oriental, com planícies, colinas baixas e a geleira Lambert (a maior do mundo), e Antártida Ocidental, com arquipélagos ligados pela cobertura de gelo permanente. As banquisas formadas por água do mar congelado se confunde com o contorno do continente.[20]
A Antártica Ocidental é coberta pela manto de gelo da Antártica Ocidental. Este chamou atenção recentemente por causa da possibilidade real de seu colapso. Se derretesse, o nível do mar elevar-se-ia em vários metros em um curto espaço de tempo geológico, talvez em questão de séculos.[23] Diversos fluxos de gelo antártico, que correspondem a aproximadamente 10% da cobertura de gelo, correm para uma das muitas plataformas.
A Antártica tem mais de 145 lagos que se encontram sob a superfície de gelo continental.[24] O lago Vostok, descoberto abaixo da estação Vostok em 1996, é o maior deles. Acredita-se que o lago está selado pelo manto de gelo há 30 milhões de anos.[25] Há também alguns rios no continente, o maior dos quais é o rio Onyx, com 30 quilômetros de extensão, que desagua no lago Vanda a 75 metros de profundidade.[26]

Ártico

O Ártico (AO 1945: Árctico; do grego αρκτος, arktos – urso), ou Região Ártica (AO 1945: Região Árctica), é geralmente definido como aquele onde a temperatura média do mês mais quente é inferior a 10 ℃ na região setentrional do planeta Terra. Na região árctica se encontra o Oceano Árctico e o Pólo Norte e essa região se encontra praticamente toda inscrita no Círculo Polar Árctico.
Durante o inverno a área toda é coberta pelo gelo e a temperatura atinge geralmente -60 ℃. Durante o verão a tundra é a vegetação principal, mas nas áreas mais aquecidas pode se encontrar salgueiros e bétulas. A vida animal é pobre no tocante ao número de espécies, existindo, por exemplo, ursos-polares, focas árcticas e bois-almiscarados.
Em Setembro de 2007 é registado, pelo satélite da ESA, o ENVISAT, o maior degelo[1] do Oceano Árctico, abrindo à navegação a Passagem do Noroeste.
Os países da zona têm disputado os recursos da região.[2]

O nome Ártico vem do grego arktos - urso, referindo-se à presença do urso polar. Inclusive o nome do polo oposto, a Antártica, é devido a ausência desse animal, sendo então "Anti-arktos", ou Antártica.

Clima

O clima ártico é caracterizado por invernos frios e verões frescos. A precipitação vem sob a forma de neve e é escassa; a maior parte da recebe menos de 50 centímetros por ano. Os ventos fortes muitas vezes levanta a neve já caída, criando a ilusão de neve contínua. A temperatura média no inverno pode ser tão baixa quanto -40 °C (-40 °F), e a temperatura mais fria registrada é de aproximadamente -68 °C (-90 °F), em Verkhoyansk, Rússia. Os climas costeiros do Ártico são moderados pela influência oceânica, com temperaturas geralmente mais quente, embora haja uma maior ocorrência de nevascas nessa região do que a regiões mais frias e secas do interior. O Ártico é afetado pelo aquecimento global atual, levando a retração da calota congelada sobre o Oceano Ártico e a liberação do metano do gelo derretido.

Vegetação

A vegetação ártica é composta de plantas, como arbustos anão, gramíneas, ervas, musgos e liquens, que crescem relativamente perto do solo, formando a tundra. Nas regiões mais ao norte, o crescimento das plantas diminui consideravelmente, pois as plantas estão em seus limites metabólicos, e pequenas diferenças na quantidade total de calor do verão fazem grandes diferenças na quantidade de energia disponível para a manutenção, crescimento e reprodução. Se as temperaturas no verão ficarem ligeramente mais frias, há a diminuição da abundância, produtividade e variedade das plantas árticas. As árvores não conseguem se desenvolver no Ártico, mas nas regiões árticas mais quentes, os arbustos são comuns e podem chegar a 2 m de altura; caniços, musgos e liquens podem formar camadas espessas. Nas partes mais frias do Ártico, a maior parte do solo está nu; as plantas não-vasculares predominam, como liquens e musgos, juntamente com gramíneas e herbácias dotadas de flores, que se desenvolvem em locais esparsos, como a papoula do Ártico.

Geografia

Mapa demarcando a região árctica e os países nela contidos - a linha vermelha representa a isotérmica de 10 ℃ no mês mais quente do verão árctico (Julho).
Imagem de satélite da superfície do Ártico.
São poucos os países e cidades que se encontram dentro dos limites dessa região. Entre eles:
Alert
Cambridge Bay
Iqaluit (Frobisher Bay)
Kangiqcliniq (Ranquin Inlet)
Kaujuitoq (Resolute)
toda a Gronelândia
Barrow
Ilhas Aleutas
Nome
Prudhoe Bay
parte
pequena porção no norte do país
ilha de Svalbard
Longyearbyen
Cherkiy
Dikson
Murmansk
Pevek
Provideniya
Tiksi
 

Fauna

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